SUBLIME VOCAÇÃO: ANUNCIAR E TESTEMUNHAR JESUS CRISTO

A vida da Igreja de Jesus Cristo só se entende à luz do próprio Jesus Cristo. Estamos todos conscientes de que ele é o fundamento de nossa fé e o sentido de toda atividade pastoral diocesana. Quando nossos olhos se deparam com as exigências da evangelização, nossos corações se inquietam positivamente em encontrar os melhores caminhos para que Jesus Cristo, de modo integral, seja amplamente anunciado, entendido, amado e assumido como Senhor da vida do nosso povo. Um conhecimento insuficiente do Filho de Deus gera um conhecimento insuficiente de sua missão salvífica e de nossa própria razão de existir como seres humanos.


A Bula Pontifícia de São João Paulo II, “Mistério da Encarnação”, enfatiza: “Jesus é verdadeiramente a realidade nova que supera tudo quanto a humanidade pudesse esperar, e tal permanecerá para sempre ao longo das épocas sucessivas da história. Deste modo, a encarnação do Filho de Deus e a salvação que realizou com sua morte e ressurreição são o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal e qualquer projeto que procure tornar a vida do homem cada vez mais humana” (nº 1). Jesus revela o rosto de Deus Pai, “rico em misericórdia e compassivo” (Tg 5,11), e ao enviar o Espírito Santo mostra em toda sua clareza o mistério do amor da Trindade. 


Constata-se em nossos dias, com muita facilidade, uma religiosidade vulgar e relativa aos interesses individuais sobre a pessoa de Jesus Cristo. Ou seja, as pessoas seguem as palavras de Jesus somente nos pontos que lhes interessam. Esta visão parcial de Jesus Cristo, maior personagem e centro da história humana, não é suficientemente capaz de transformar a vida das pessoas. Tal situação se agrava por leituras de má fé, sem caráter científico, sensacionalistas e enganosas a respeito do Mestre e Senhor.


Acima falávamos de Cristo integral. O que entendemos com esta expressão? Como cristãos não podemos escolher apenas os valores evangélicos que nos sejam interessantes, cômodos ou pouco exigentes. Entender Cristo na sua plenitude exige passar da observação da sua personalidade carinhosa e oblativa, para encontrá-lo e segui-lo nos momentos que nos parecem difíceis e até incompreensíveis, lembrando, por exemplo, o episódio em que muitos dos seus discípulos o abandonaram, pois acharam sua mensagem muito dura e impossível de ser seguida (cf. Jo 6, 66).


Como cristãos, somos corresponsáveis pela Igreja de Jesus Cristo. No Concílio Vaticano II a Igreja adquiriu uma consciência mais clara do seu mistério e de sua missão apostólica confiada pelo próprio Senhor (Gaudium et Spes, nº 40). A comunidade cristã tem consciência de que é o fermento e a alma da sociedade humana, a ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus. É neste sentido que realizamos todos os esforços e damos o melhor de nosso tempo na preparação e execução de nossa ação evangelizadora.


Igualmente estamos cientes de que, para corresponder de modo eficaz a este compromisso, nossa comunidade eclesial deve permanecer na unidade e crescer na sua vida de comunhão. Com certeza todo este processo nos revigora na missão de levarmos ao mundo a luz verdadeira, Jesus Cristo. 

 
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